quarta-feira, outubro 30, 2024
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VIII SIGERA foca na ciência para a tomada de decisões no segmento de resíduos agropecuários e agroindustriais

Evento ocorre em Caxias do Sul, de 6 a 10 de novembro, na UCS. Programação contempla painéis, palestras, workshops e visitas técnicas. As inscrições podem ser feitas até dia 6/11.

Caxias do Sul – De 6 a 10 de novembro de 2023, Caxias do Sul acolhe o VIII Sigera – Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais. O evento, organizado pela Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindustrial (SBERA), ocorre no Bloco M da Universidade de Caxias do Sul, e as inscrições podem ser feitas até o dia 6 de novembro, segunda-feira. 

Workshops, minicursos, encontros, palestras, painéis, apresentação de trabalhos, visitas técnicas movimentam os cinco dias de evento. Ao longo da programação, profissionais, pesquisadores, gestores, estudantes e a comunidade envolvida no gerenciamento de resíduos agropecuários e agroindustriais debatem alternativas para o setor, compartilham experiências e acabam por ampliar a rede de relacionamentos.

“O Brasil tem, entre suas atividades, uma relação muito próxima com a agropecuária e a indústria. Elas requerem uma discussão aprofundada sobre o uso dos resíduos com destinação sustentável e, em paralelo a isso, a produção de energia”, explica a professora Dra. Suelen Paesi, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UCS. 

Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), em Montenegro/RS, possui uma Usina de Compostagem e será um local de visita técnica do Sigera. Cooperativa transforma os resíduos em adubo orgânico, que é entregue aos associados 
Foto: Crédito da foto: Divulgação/Ecocitrus

Para a pesquisadora, a valorização de resíduos é uma das alternativas tecnológicas para manutenção de atividades econômicas com perfil sustentável. As energias limpas, obtidas a partir dos resíduos, podem ser utilizadas na própria produção dos recursos internos ou, também, daqueles que seguem para mercados externos.

A história do Sigera inicia em 2009, quando a SBERA propôs um seminário para tratar sobre os resíduos da pecuária. À época, havia a necessidade de ampliar o espaço à temática, até então negligenciado, com pouco foco em eventos de natureza técnicos-científicos. Em seu primeiro ano, o evento teve boa receptividade e, no ano seguinte, ampliou o acolhimento a discussões, estudos e trabalhos que versam sobre resíduos na agricultura e nas agroindústrias. 

“Chegamos agora à oitava edição e vamos enfatizar o papel da ciência como base para o desenvolvimento e subsídio de informação para a tomada de decisões, sejam para políticas públicas, mercadológicas, questões legais, enfim, como embasamento para desenvolver todas as cadeias envolvidas”, destaca o presidente da SBERA e coordenador geral do Simpósio, Ricardo Steinmetz.

A programação do evento busca contemplar justamente essa ideia. A própria escolha pela Universidade de Caxias do Sul para sediar o simpósio oportuniza essa aproximação com o campo científico. Palestrantes e demais participantes também circulam pelos setores públicos e privados, ampliando os entendimento sobre os diferentes segmentos, explica Steinmetz.   

A UCS mantém o Laboratório de Diagnóstico Molecular do Instituto de Biotecnologia, que realiza análises e estudos de resíduos da agropecuária e agroindústria com potencial para geração de bioenergia e bioprodutos.
Foto: Claudia Velho/UCS/Divulgação

PROGRAMAÇÃO

As atividades iniciam já na segunda-feira, dia 6 de novembro, com um workshop sobre metrologia para laboratórios de biogás. Na terça-feira, a atividade continua, e a programação recebe o acréscimo do minicurso “Da ideia ao negócio: transformando sua pesquisa em uma empresa inovadora”, para a modelagem de negócios.

Também na terça-feira, ocorre o “Encontro de Mulheres”, uma parceria com a Rede Mulheres do Biogás, com o objetivo de aproximar mulheres que atuam no segmento de gerenciamento de resíduos agropecuários e agroindustriais para discutir os desafios que envolvem a inserção feminina na área de modo a buscar equidade de gênero. 

Na quarta-feira, dia 8 de novembro, o dia de atividades inicia com a palestra magna “Fomento à inovação: como obter recursos não reembolsáveis para projetos inovadores”, conduzida pelo professor Rafael Roesler, diretor Técnico-Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Na sequência, ocorre o painel “Bioeconomia como indutora do gerenciamento de resíduos” com participação do Dr. Maurício Lopes, ex-presidente da Embrapa e atual membro do conselho assessor da diretoria-geral da FAO. O painel contará com participação da Drª Leidiane Mariani, da secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Marjorie Kauffmann, e do Dr. Julio Palhares, da Embrapa. O encontro fará uma reflexão sobre os conceitos e tendências da bioeconomia como indutora de transformação da sociedade a partir de sistemas agropecuários e agroindustriais.

Na quarta-feira, à tarde, a partir das 14h, ocorre a atividade “Aproveitamento energético de resíduos”, com participação da Dra. Bruna de Souza Moraes, da UNICAMP, que vai abordar sobre os processos de conversão de resíduos em biocombustíveis, como biodiesel e biogás/biometano.

Na quinta-feira, dia 9 de novembro, a programação abre com a participação do professor Dr. Philip A. Moore, da USDA/ARS (U.S. Department of Agriculture – Agricultural Research Service), dos Estados Unidos. O painel foca no uso dos resíduos como fontes alternativas de fertilizantes e abordará oportunidades e desafios para uso de resíduos de origem animal como fonte de nutrientes para a agricultura. A atividade será seguida de um debate sobre fontes alternativas de fertilizantes com participação da Dra. Joice Viviane de Oliveira, da Unijuí, e do empresário Rodolfo Lanius, da empresa Folhito, de Estrela, e do Dr. Vinícius Benites, da Embrapa.

À tarde, às 14h, a palestra “Métricas para avaliar o desempenho do sistema de gerenciamento de resíduos” apresenta conceitos voltados para mensuração de impacto de projetos, pelo professor Dr. Biagio Fernando Giannetti (UNIP).

Na quarta e quinta-feira, serão realizadas apresentações orais de trabalhos e sessão de pôsteres. No dia 9 de novembro, ocorre a premiação dos Melhores Trabalhos e Cerimônia de Encerramento.

VISITAS TÉCNICAS

A sexta-feira, dia 10, fica reservada às visitas técnicas. Dois são os destinos nesta edição: no vale do Taquari, em Estrela, a planta de biogás da Folhito Adubos Orgânicos e, no Vale do Caí, em Montenegro, a Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus).

Folhito – A empresa atua há mais de 25 anos no mercado de fertilizantes orgânicos. Por meio do processo de compostagem, gera fertilizante orgânico. Com um projeto pioneiro no Brasil, a empresa tem inovado em produção sustentável baseada em um modelo conjugado de compostagem e biodigestão. 

A empresa tem dois revolvedores no processo de compostagem e instalou, em 2020, o segundo biodigestor na propriedade no Vale do Taquari. Durante a visita, será possível conhecer os tanques de biodigestão construídos em concreto armado e desenvolvidos pela própria empresa. A planta está projetada para gerar 18 mil metros cúbicos de gás por dia, utilizando cerca de 600 toneladas de resíduos industriais e agropastoris orgânicos. O biogás gerado é capturado por meio de uma lona em forma de cúpula instalada sobre os tanques. Na sequência, o biogás segue por tubos, sendo conduzido para a purificação e compressão ou queima em geradores. A eletricidade e o biometano gerados são utilizados na própria empresa e outras unidades industriais.

Ecocitrus – A Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus) foi fundada em novembro de 1994, por meio de um acordo de cooperação técnica entre Brasil e Alemanha, iniciado com o Projeto PRORENDA e conduzido, no Rio Grande do Sul, pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, com a colaboração da GTZ (Sociedade Alemã de Cooperação Técnica). Quinze citricultores são sócios-fundadores da organização que hoje conta com mais de uma centena no quadro de associados. A Cooperativa firma-se como modelo no sistema de produção agroecológico, completando todo o ciclo de produção da citricultura ecológica e beneficiando diretamente mais de 100 agricultores do Vale do Caí. A Ecocitrus possui uma agroindústria que processa as frutas dos associados, transformando-as em sucos e óleos essenciais.

Além de beneficiar as frutas dos associados, a Ecocitrus possui uma Usina de Compostagem, licenciada para tratar 20 mil metros cúbicos por mês de resíduos agrossilvopastoris. A unidade beneficia diretamente mais de 100 empresas de todo o Rio Grande do Sul, que destinam seus substratos à planta localizada em Montenegro. A cooperativa transforma os resíduos em adubo orgânico, oferecido gratuitamente a todos os associados.

Serviço

O quê: VIII Sigera – Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais

Onde: Universidade de Caxias do Sul – UCS, Caxias do Sul |RS

Quando:  De 6 a 10 de novembro de 2023

Como se inscrever: No link https://www.even3.com.br/sigera2023/

Parceiros

VIII Sigera é uma realização da SBERA e conta com apoio financeiro da Capes. O Simpósio tem apoio da Universidade de Caxias do Sul – UCS; da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS; da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; do Laboratório de Microbiologia e Bioprocessos – LAMIB; da Embrapa; da Universidad de la Frontera; da Folhito; da Cooperativa Ecocitrus; da Awite; da Analítica; do Senai; da Shimadzu; do Sicredi; da M. Lima Engenharia; do Inmetro; do Sebrae; e do grupo Mulheres do Biogás.

Contato para entrevistas:

Coordenador Geral do Simpósio: presidente da SBERA, Ricardo Steinmetz, da Embrapa Suínos e Aves – 49 99994-8830

Coordenadora Executiva: Suelen Paesi, pesquisadora e professora da Universidade de Caxias do Sul – 54 99112-0174

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