O comércio de Caxias do Sul apresentou em março o primeiro crescimento nas vendas em 2024. A elevação foi de 2,40% em relação a fevereiro de 2024. Quando comparado a igual período de 2023, também houve alta, de 2,32%. Já no acumulado do ano foi registrada retração de 0,67%, assim como no acumulado de 12 meses, com queda de 2,34%.
As informações do desempenho do comércio são do Termômetro de Vendas da CDL Caxias, e foram divulgadas em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (9), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC).
O ramo mole foi o que obteve melhor resultado, com variação, entre março e fevereiro de 2024, de 3,41%, liderada pelos segmentos de vestuário, calçados e tecidos, com alta de 5,96%, seguido de farmácias com 4,34%. Igualmente, o ramo duro apresentou aumento na variação entre março e fevereiro de 2024, de 2,07%. Óticas, joalherias e relojoarias, com crescimento de 3,41%, e automóveis, caminhões e autopeças novos, com avanço de 3,35%, obtiveram destaque neste grupo de produtos.
Março apresentou estabilidade no número de inadimplentes (- 0,09%) na comparação com fevereiro, e redução de 2,79% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crédito apresentou variação positiva de 4,01% no volume de consultas ao SPC na comparação com fevereiro e de 6,62% entre março de 2024 e o mesmo período de 2023.
O volume de inclusões de débitos no sistema do SPC teve redução de 5,18% no comparativo entre março e fevereiro de 2024. Enquanto isso, as exclusões de débito apresentaram crescimento em relação ao mês anterior, de 6,81%.
O estoque de valor das dívidas apresentou aumento de 0,14% na comparação com fevereiro. A variação do ano também foi positiva com alta de 1,35%, enquanto em 12 meses o crescimento foi de 12,83%.
Para o assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias do Sul, Mosar Leandro Ness, o primeiro crescimento nas vendas do varejo caxiense deste ano se deve especialmente à manutenção da queda da taxa básica de juros, que deixa o crédito mais acessível. Outro fator, segundo o especialista, foi a desaceleração da inflação, em que o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) para março apresentou decréscimo de 3,99% no acumulado de 12 meses.
Associado a esses fatores, Ness aponta também a manutenção do emprego formal. Em março de 2023 eram 162.130 postos de trabalho, enquanto em março deste ano foram 168.022. O economista ainda cita o cenário econômico do estado e do país como pontos que merecem ser observados nos próximos meses.
“A reforma tributária do governo federal e a pretensão de aumento dos impostos por parte do governo estadual continuam como foco das atenções, quanto ao impacto das mudanças para o consumidor final. A perspectiva para o longo prazo ainda aponta para um cenário de estabilidade”, contextualiza.