Gaúchos iniciam o ano com mais dívidas do que fecharam 2024
Dados da inadimplência foram apresentados pela Federação Varejista do RS
O consumidor gaúcho inicia 2025 com endividamento maior do que terminou o último ano. É isso o que demonstram os relatórios de inadimplência, reincidência e recuperação de crédito, divulgados pela Federação Varejista do RS, a partir de dados do SPC Brasil. O estudo aponta que houve crescimento de 2,39% no volume de devedores no Estado em janeiro de 2025 em relação a dezembro de 2024. Ainda assim, houve redução no número de inadimplentes em relação à arrancada de 2024, com -1,42%.
Entre os inadimplentes em janeiro de 2025, 86,19% são devedores reincidentes. Isso significa que, ao longo dos últimos 12 meses, tinham dívidas antigas não pagas (62,12%) ou pagaram suas dívidas, mas retornaram ao cadastro dentro do intervalo de 12 meses (24,07%). Somente 13,81% dos inadimplentes cadastrados na arrancada do ano não constavam nos registros em nenhum momento em 2024.
O movimento de inadimplência no Rio Grande do Sul segue caminho inverso ao observado na Região Sul e no Brasil. Nesses dois recortes, houve alta nos dois comparativos, no entanto, na variação entre os últimos dois meses, houve crescimento de 1,90% no Sul e de 1,57% no Brasil, ambos abaixo do observado no Rio Grande do Sul. Já em relação a janeiro de 2024, a Região Sul registrou 0,34% de crescimento nos devedores e o Brasil, alta de 2,76%.
A maior parte dos inadimplentes de janeiro de 2025 (23,54%) e dos reincidentes nos últimos 12 meses (26,37%) têm entre 30 e 39 anos. Ainda assim, houve redução de -16,93% no registro de devedores reincidentes nos últimos 12 meses em relação ao mesmo período anterior. O tempo médio de uma dívida, conforme os registros do SPC Brasil, é de 27,1 meses. Em 38,45% dos casos, a dívida tem entre 1 e 3 anos, e chega a mais da metade das dívidas (55,64%) quando ampliado para até 4 anos de dívida. E os maiores credores são os bancos, em 62,92% das dívidas, seguidos pelo comércio, 9,66%.
Outro dado interessante é que, em média, o gaúcho deve R$ 4.672,63. Em 44,46% dos casos, as dívidas acumuladas não ultrapassam R$ 1 mil.
Recuperação de crédito
Em 2024, houve redução de -5,72% no número de consumidores gaúchos que recuperaram crédito em relação ao ano anterior. Mesmo em variação negativa, o índice ainda é superior à Região Sul (-8,51%) e ao Brasil (-7,74%). A maior redução na recuperação de crédito ocorreu entre os devedores que quitavam suas dívidas entre 91 dias e 1 ano. Houve queda de -12,61% neste volume em relação aos 12 meses de 2023. Mesmo assim, quando considerado o volume de devedores, 58,80% levam até 90 dias para recuperar o crédito. Em média, o tempo de recuperação de crédito no Rio Grande do Sul é de 9,5 meses.
Houve aumento de 10,11% na recuperação de dívidas entre 1 e 3 anos, e de 9,71% entre 4 e 5 anos. A maior parte dos inadimplentes recuperados têm entre 50 e 64 anos, representando 26,94% do total. A média da soma de todas as dívidas quitadas pelos gaúchos observada em janeiro de 2025 foi de R$ 2.367,59. A maioria (61,52%) paga até R$ 500.