As vendas no comércio de Caxias do Sul apresentaram ligeira queda de 0,35% em fevereiro, na comparação com janeiro deste ano. Os números do varejo também foram negativos em relação ao mesmo período de 2023 (-2,72%) e nos últimos 12 meses (-1,51%). O cenário ainda é de queda no acumulado deste ano (-2,13%).
As informações do desempenho do comércio são do Termômetro de Vendas da CDL Caxias, divulgadas em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (4), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC).
Mesmo com o bom resultado nas vendas de material escolar, que ajudou o segmento de Livraria, Papelaria e Brinquedos a ter alta de 3,91%, o ramo mole apresentou queda de 2,57%. No ramo duro, que registrou leve aumento de 0,40%, os segmentos que tiveram crescimento foram os de Automóveis, Caminhões e Autopeças novos, com 2,97%, e de Informática e Telefonia, com 2,32%.
O número de inadimplentes apresentou queda de 0,28% na comparação com janeiro de 2024 e redução de 0,90% em relação ao mesmo período do ano anterior. A procura por crédito esteve praticamente estável (-0,09%), em relação ao mês passado. Porém, comparado ao mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 22,44%.
Fica a cargo do empresário definir o prazo de tempo de espera para acrescentar seu cliente não pagador na base de devedores. A CDL Caxias recomenda que o mínimo seja de cinco dias e o máximo de 90 dias após o vencimento. Para fazer a negativação, o empresário inclui a dívida no sistema do órgão de proteção ao crédito. Após a inserção, em 13 dias o devedor é notificado e, se for paga a dívida, é encerrada a pendência. Caso não haja o pagamento, no 14º dia o seu nome vai estar na base de inadimplentes dos órgãos de proteção ao crédito.
Já nos indicadores de inclusão e exclusão de débitos no SPC, os números são mais expressivos. Fevereiro teve expansão de 4,75% nas inclusões de dívidas em relação a janeiro e as exclusões de débito apresentaram queda de 1,4%. Na comparação com o fevereiro de 2023, as exclusões de débitos aumentaram 95,02%.
O assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias do Sul, Mosar Leandro Ness, lembra que fevereiro, historicamente, tem as vendas prejudicadas por ter menos dias e o feriado prolongado de Carnaval. O economista também cita a proposta de aumento de impostos pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul como um fator que merece atenção dos comerciantes.
“Elevação de impostos tendem a gerar resultados negativos, porque as empresas reduzem a produção e investem menos. Na hora de comprar, as pessoas dão preferência aos itens básicos, o que pode vir a impactar nas vendas do varejo local. A perspectiva para o longo prazo ainda continua com um cenário de estabilidade, com tendência a um ritmo de crescimento inferior ao do ano passado”, contextualiza Ness.