O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) atingiu 46,9 pontos em janeiro de 2023, uma queda de 2,6 pontos comparado a dezembro de 2022. Essa foi a terceira redução nos últimos quatro meses, período em que perdeu 16 pontos e atingiu o valor mais baixo, com exceção dos meses de abril a junho de 2020, desde junho de 2016. Somente em 2009, 2015 e 2016, a indústria gaúcha iniciou o ano com a confiança tão baixa. O resultado foi divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A pesquisa foi realizada entre 2 e 13 de janeiro, com 185 empresas, sendo 44 pequenas, 56 médias e 85 grandes.
O Índice de Condições Atuais registrou 46,3 pontos em janeiro, com recuo de 3,1 ante dezembro. Esse é o menor valor desde julho de 2020, mostrando que as condições pioraram. Desde a grande crise econômica de 2014 a 2016, apenas nos choques da pandemia (abril a julho de 2020) e da greve dos caminhoneiros (junho e julho de 2018), o índice registrou uma percepção tão negativa. A deterioração ocorre especialmente nas condições da economia brasileira, subcomponente que registrou 41,6 pontos em janeiro, 5,7 pontos menor que dezembro. Em janeiro de 2023, 43,2% dos empresários percebem piora nas condições da economia brasileira (eram 26,9% em dezembro) ante 12,6% que ainda veem melhora (eram 17,7% no mês anterior). Diante das maiores dificuldades impostas pelo cenário econômico, o Índice de Condições das Empresas caiu de 50,5 para 48,7 pontos, voltando para o campo negativo (abaixo de 50) pela primeira vez desde julho de 2020.
Mesmo com a forte deterioração das condições atuais, foram as expectativas que mais impactaram a confiança nos últimos meses. Em janeiro de 2023, o Índice de Expectativas para os próximos seis meses atingiu 47,2 pontos, 2,4 menor que o de dezembro de 2022. O índice denota pessimismo, que não é tão intenso e disseminado desde maio de 2020, resultado dos 18,1 pontos perdidos desde outubro do ano passado. O Índice de Expectativas da Economia Brasileira atingiu 38 pontos em janeiro (43,1 em dezembro), o menor patamar desde maio de 2020. O percentual de empresários pessimistas com o futuro da economia brasileira em janeiro alcançou 51,4% (43,2% em dezembro) enquanto 14,2% mostraram otimismo (19,4% em dezembro). O Índice de Expectativas com as próprias Empresas é o único que ainda denota otimismo em janeiro, alcançando 51,8 pontos, mas, assim como os demais, recuou ante dezembro (-1,1 ponto).