segunda-feira, dezembro 30, 2024
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Comissão de Saúde da AL-RS discute soluções para UTIs neonatais e pediátricas

Dificuldades de custeio e de prestação básica preventiva foram os principais problemas levantados em audiência pública presidida pelo deputado Neri, o Carteiro (PSDB), com cerca de 70 participantes

As dificuldades das UTIs Neonatais e Pediátricas do Estado foram debatidas em audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa presidida pelo deputado Neri, o Carteiro (PSDB), nesta quarta (03/05). Entre representantes do Executivo estadual, hospitais, municípios e entidades, o encontro reuniu cerca de 70 participantes de modo presencial ou virtual. A proposição foi dos deputados Pepe Vargas (PT) e Airton Artus (PDT).


Entre os principais problemas apontados estão o fechamento de unidades que atendiam a especialidade em diversos hospitais filantrópicos e a falta de recursos para custeio. O aumento do repasse de verbas pelo SUS e a regionalização dos serviços, habilitando hospitais de diferentes pontos do Estado, foram apontadas como necessidades para amenizar o problema. Atualmente, Porto Alegre concentra cerca de 80% do atendimento em média e alta complexidade do Estado.


Pontuando que o governo Leite saldou uma dívida de R$ 1,3 bilhão na área da saúde e levou o Rio Grande do Sul à menor taxa de mortalidade neonatal do país, o diretor do Departamento de Regulação da Secretaria Estadual da Saúde, Eduardo Elsade, explicou que a elevação dos custos da saúde durante a pandemia, que se mantém até hoje, e o aumento da incidência de outras doenças após o auge da Covid-19, entre outros fatores, são dificultadores do custeio das especialidades em saúde no Estado.


A presidente da Associação Brasileira de Enfermagem Obstétrica, Virgínia Moretto, a vice-presidente Conselho Estadual de Saúde, Inara Ruas, e a diretora-executiva da ONG prematuridade, Denise Suguitani, observaram a necessidade de melhoria da assistência pré-natal às gestantes para reduzir o índice de nascimentos prematuros, condição que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças na infância.  


Além delas, os deputados Artus, Pepe e Dr. Thiago, o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Luciney Bohrer, o superintendente da mesma instituição, André Lagemann, e a superintendente do Hospital Pompeia de Caxias do Sul, Lara Sales Vieira, referiram os altos custos pós-pandemia e enfatizaram o subfinanciamento como os maiores obstáculos para a manutenção e ampliação dos serviços no setor.


O aumento de custo fixo gerado pandemia não regrediu a patamares anteriores. A vida é imensurável, mas é preciso haver sustentabilidade na saúde pública. Acesso à cadeia pré-hospitalar, vagas e financiamento são desafios a serem discutido por todos nós”, destacou a executiva do Pompéia.


“A falta de profissionais e de recurso impede os hospitais filantrópicos de abrir mais leitos ou manter o atendimento, por isso houve fechamentos. É urgente a discussão de um programa q consiga dar sustentabilidade ao serviço de UTI Neonatal”, reforçou Bohrer, apontando o custo de R$ 250 mil por mês (R$ 3 milhões/ano) para a manutenção de dez leitos do tipo. A expectativa de solução do setor é a correção, pelo Ministério da Saúde, da tabela SUS, defasada há dez anos.

Como encaminhamentos, o presidente da Associação Pró UTI Neonatal e Pediátrica do RS, Claiton Braga Correa, apresentou o projeto de criação do Hospital da Criança, na região Noroeste, para defender a extensão do modelo a todo Estado, de fora regionalizada. Já o presidente Conselho Municipal de Saúde de Caxias do Sul, Alexandre Silva, sugeriu a criação de um grupo de trabalho para atuar junto aos governos estadual e federal visando evitar novos fechamentos de UTIs neonatais e pediátricas.


À esta proposição somou-se o deputado Pepe, sugerindo estreitar o diálogo com a Secretaria da Saúde para a busca de soluções conjuntas. O petista também defendeu o aumento do repasse do SUS e observou que o novo arcabouço fiscal em desenvolvimento pelo governo federal pode resultar na destinação de 15% da receita líquida da União para a Saúde. O deputado Neri, por sua vez, colocou a Comissão de Saúde e Meio Ambiente à disposição como fórum de interlocução entre a Assembleia Legislativa, o governo do Estado e demais instituições.

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