Após registrar resultado negativo em janeiro, o comércio caxiense voltou a apresentar números positivos em fevereiro, com o incremento de 0,87% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo período de 2022 o aumento foi de 14,54%. Já quando são considerados os últimos 12 meses, os dados apontam para um crescimento de 13,37%.
As informações do Termômetro de Vendas da CDL Caxias foram divulgadas na manhã desta quinta-feira (6), em coletiva de imprensa realizada na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. Na apresentação também teve destaque o fato dos ramos mole e duro mostrarem crescimento em relação a janeiro de 2023.
O ramo mole, que inclui segmentos como Livraria, Papelaria e Brinquedos, Vestuário e Calçados cresceu 3,63%. No ramo duro, com itens que vão de Material de Construção a Automóveis, passando por Informática a Implementos Agrícolas, os números de fevereiro são estáveis, com pequeno incremento de 0,11% frente ao mês anterior.
Mosár Leandro Ness, assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias, afirmou que, apesar do desempenho em fevereiro ainda ser tímido, a manutenção dos resultados positivos acumulados e na comparação com o mesmo período do ano anterior contribuem para os resultados futuros.
“Mesmo tendo crescido sobre uma base que era de queda em janeiro, podemos ler de maneira otimista os números de fevereiro. Isso porque os resultados de longo prazo, como estamos observando nas vendas do comércio caxiense, seguem em ascensão, e manter esses índices deve ser o foco do varejo local para criarmos uma base sustentável e continuarmos crescendo nos próximos anos”, sintetiza o economista.
Maior procura por crédito
Ao contrário do primeiro mês do ano, quando houve queda nas consultas ao SPC para acesso ao crédito, em fevereiro esse indicador registrou crescimento de 7,68%, com ênfase na procura dos lojistas (8,06%).
Para o gerente Administrativo Financeiro da CDL Caxias, Carlos Alberto Cervieri, esse é um fator decisivo para a retomada do crescimento nas comercializações, mesmo que ainda em menor escala.
“Quando o lojista entra em contato com o SPC para a verificação do crédito é um indicativo de que haverá a venda ali na frente. Ao analisar essa informação, somada às vendas de materiais escolares, que tiveram um crescimento na faixa de 14%, e de vestuário, com pouco mais de 3%, vemos que alguns aspectos como a volta das aulas e o fim das férias têm um impacto bastante positivo para o comércio local. O aumento de 7% nas comercializações de materiais de construção e de 6,66% de materiais elétricos também são bons indicadores de retomada de um segmento importante para a economia local”, disse.
O gerente contextualizou, porém, que o cenário econômico nacional e o endividamento de parte da população ainda são pontos que merecem atenção e que podem frear o crescimento do comércio caxiense nos próximos meses.
“Tivemos um aumento na base de inadimplentes de 4,3% em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado e de 0,80% em relação ao mês de janeiro. O estoque do valor de dívidas também segue em alta, com um crescimento de 4,70% no acumulado dos últimos 12 meses. São índices que, de certa forma, travam as vendas e causam preocupação tanto para o lojista como para o consumidor em quitar esses débitos e recuperar o crédito e o poder de compra”, analisou.