quinta-feira, novembro 21, 2024
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Empresa de Caxias do Sul conquista certificação inédita em comércio exterior

Operadora logística recebe aval da Receita Federal, projeta crescimento de 30% no ano e anuncia expansão no país

Há 21 anos no mercado, a Imex Negócios Internacionais comemora uma conquista inédita no setor de comércio exterior de Caxias do Sul.

A empresa recebeu a certificação OEA (Operador Econômico Autorizado), atestando os seus altos padrões de qualidade, comunicação e segurança das informações em consonância com as exigências da Receita Federal, o órgão que concede esse aval de excelência para agentes de carga. Trata-se de um reconhecimento internacional.

Como a operação é auditada de forma direta pela Receita Federal, isso gera confiabilidade, segurança e agilidade ao cliente.

“É uma certificação que vem ganhando força porque os grandes players buscam fornecedores com esse atestado, pois existe uma garantia de que os processos serão bem lisurados. É algo buscado por consultorias grandes, na verdade, mas já estamos nos preparando para o futuro”, destaca Leonardo Franzoi Toigo, sócio-proprietário da Imex Negócios Internacionais, que divide a vida e o trabalho com a sócia e esposa Daiane dos Santos Toigo.

Crescimento de 30% no ano

Além da conquista, que exigiu 487 dias para cumprimento de requisitos, adaptação às normas e auditorias, a companhia tem outros motivos para festejar. A Imex projeta encerrar 2024 com crescimento de 30% no faturamento. Atualmente, possui em carteira 200 clientes ativos de todos os estados brasileiros, perfazendo 420 projetos por ano (em média, 35 por mês).

A empresa atua em desembaraço aduaneiro e questões logísticas em importações de todos os continentes, tendo parceiros na China, Estados Unidos e Europa. Em menor escala, também opera com exportação.

Os principais clientes da Imex são indústrias da região que importam maquinários pesados, equipamentos e matérias-primas. Contudo, também integram o elenco importadores de vinho, eletrônicos, colecionadores de carros antigos e de obras de arte, exigindo que a empresa tenha expertise para lidar com distintas documentações, despachos e exigências de segurança de mercadorias, tanto em portos, quanto em aeroportos, já que opera com diferentes modais: marítimo, aéreo, rodoviário e misto.

“Essencialmente, só trabalhamos com problemas. Em três anos, duplicamos de tamanho”, orgulha-se Toigo, revelando que a China responde por 80% do destino de envio das mercadorias ao Brasil.

Expansão no país

Outra novidade anunciada pela Imex Negócios Internacionais é a expansão da filial em Santa Catarina, onde mantém um trading (importadora e exportadora) em Itajaí e um escritório de logística em Joinville. O investimento no Estado vizinho está amparado em benefícios fiscais, que garantem diferença significativa em impostos (até 25%) para importadores. O Nordeste também está na mira de expansão da operadora logística.

Casos inusitados

Há casos curiosos, parecendo filme de aventura, em que a Imex atuou como protagonista garantindo êxito no fim da operação.

Um deles foi ser responsável por viabilizar, em 2023, o retorno das motocicletas de um grupo de amigos que se deslocou até o Alasca (na divisa entre Estados Unidos e Canadá), percorrendo as Américas do Sul, Central e do Norte, e depois precisou enviar os veículos de volta à cidade.

Os motoqueiros retornaram de avião, mas as motos chegaram depois: foram necessários outros 30 dias para que elas aterrissassem em solo gaúcho. A carga foi colocada em contêiner, fez o trajeto da rota marítima, até chegar ao destino. O coração dos motociclistas só se acalmou quando houve a certeza do retorno intacto de seus “brinquedinhos” em solo gaúcho.

“As motos tinham de estar limpas. Foram lavadas lá fora no embarque, mas ficaram 35 dias em alto-mar e voltaram sujas. Então, precisamos enviar as fotos para provar. É todo um projeto que se monta”, exemplifica o fundador da Imex.

Houve importações que exigiram muita habilidade pelo risco de abranger produtos com altíssimo valor agregado. Uma delas envolveu uma máquina importada por uma empresa local do setor metalmecânico, vinda da Alemanha, avaliada em altíssimos R$ 10 milhões. Foram dias tensos, pois representava um grande impulso à indústria, além, é claro, de um pesado investimento. O final, naturalmente, foi feliz.

Outro momento que exigiu pulso firme foi quando um cliente adquiriu vasos e estátuas caríssimos da China, e o cuidado para que não houvesse avarias no transporte demandou a busca por deslocamento com menos riscos. Houve a necessidade de contratar empresas com expertise, fazer as conexões certas. Ter uma visão 360º do processo foi fundamental.

Tanto que a Imex atua, em muitos casos, desde o momento da aquisição dos produtos, passando por despachos aduaneiros, questões tributárias, benefícios fiscais e de seguros, preenchendo todas as lacunas dessa cadeia.

“O custo logístico é absurdo não só no Brasil. Sempre temos um vilão atuando: ou é o dólar, ou o frete, a logística, os impostos. O índice de nacionalização dos produtos é alto, o que exige planejamento”, pondera o executivo, também conhecido por Leo.

História de superação

Atualmente com uma equipe de oito profissionais (formada por analistas de importação, despachantes aduaneiros próprios, comercial, financeiro, especialistas em idiomas, administrativo e logística), a Imex Negócios Internacionais exibe uma história interessante de resiliência e empreendedorismo.

Isso porque o embrião para o nascimento da empresa vem do trabalho do seu fundador, Leonardo Franzoi Toigo, exercendo na época o serviço de motoboy, na parte documental, entre o Porto Seco de Caxias, a Receita Federal e escritórios. Tinha, na época, 18 ou 19 anos e aguçou seu olhar para os detalhes daqueles documentos que o deixavam curioso.

Ganhou, então, de presente de um tio o processo para a conquista da dupla cidadania italiana.

 “Pensei: vou fazer Comércio Exterior e viajar o mundo. Já sei italiano. Digo que fui enganado pelo pessoal. Disseram que eu iria fazer Comércio Exterior para viajar o mundo e até hoje não consegui nem ir para o Paraguai. Vou resolver logo essa frustração”, diverte-se, evocando o trabalho burocrático de sua atividade.

A Imex nasceu em 2007, mas sua história começou a ser escrita antes disso. Desde 2003, Leo já atuava como o primeiro despachante freelancer da Serra Gaúcha.

“Nossa experiência com grandes projetos e contratos com os principais players da logística mundial nos impulsionou a explorar novos horizontes”, recorda.

A fórmula segue a cartilha de toda a empresa que se mantém firme no mercado: persistência, resiliência, qualificação, coragem, um pouco de ousadia e um caminho de muito trabalho e dedicação. E, por vezes, até de renúncias.

IMEX NEGÓCIOS INTERNACIONAIS

Realiza os processos de despachos aduaneiros, como operador logístico no comércio exterior, para importação, exportação e fretes internacionais

Endereço: Rua Marechal Floriano 24 – sala 106, Caxias do Sul

Contato: comercial@grupoimex.log.br

Site: https://www.grupoimex.log.br/

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