quinta-feira, dezembro 12, 2024
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Garantia da força de trabalho no futuro passa pelas mulheres e 60+, afirma superintendente Regional do Sesi RS

Nesta segunda-feira (11), durante a RA (reunião-almoço) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), o superintendente Regional do Sesi RS, Juliano Colombo, trouxe à tona um debate crucial sobre a transição demográfica em curso no mundo, no Brasil e no estado e seu impacto direto no futuro do trabalho. Embasado em dados do IBGE, Colombo delineou um panorama decorrente de uma das mudanças mais importantes da história da humanidade, que é a queda, verificada ano a ano, na taxa de crescimento populacional. 

Este fenômeno está conduzindo a um envelhecimento populacional, representando um desafio de grandes proporções para os sistemas de saúde, as estruturas sociais e à economia. “É um desafio para o Poder Público e para as empresas”, alertou o palestrante, para quem idosos e mulheres são partes essenciais das soluções para se construir uma nação próspera.

Segundo estudos do Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentados por Colombo, o crescimento populacional está sendo substituído pelo rápido envelhecimento da população, sinalizando uma mudança radical na estrutura etária. Em uma projeção, Colombo revelou que até 2040, espera-se que haja mais pessoas acima de 65 anos do que crianças de 0 a 14 anos. Esta inversão na demografia tem implicações profundas para o mercado de trabalho, exigindo uma revisão completa das estratégias de retenção de talentos.

“Como garantir a força de trabalho do futuro?”, questionou. Para garantir a força de trabalho do futuro, Colombo enfatizou a importância de atrair talentos femininos e pessoas com mais de 60 anos, além de reter e desenvolver os talentos existentes. Ele ressaltou a necessidade urgente de enfrentar a crise do cuidado, que afeta diretamente a produtividade e o bem-estar dos trabalhadores, especialmente as mulheres. “75% do cuidado do mundo está associado à mulher”, citou. 

No contexto empresarial, Colombo destacou a necessidade de integrar cuidado e lucratividade como pilares fundamentais das estratégias corporativas. Propôs que as empresas invistam em políticas de flexibilidade e apoio às necessidades familiares dos funcionários. “Cuidar das pessoas e ter lucro tem que ser pauta da diretoria das empresas, ela não pode estar só no RH ou na área de Reponsabilidade Social. Ela tem que ser vista como fator de sucesso. A retenção se dará por aí: faz uma pesquisa interna, vê como estão as pessoas, verifica por que as pessoas estão saindo. Será que não é por fatores que a empresa poderia ajudar a conciliar, como a flexibilidade que o cuidado da família exige?”, sugeriu.

Escola de Ensino Médio Sesi junto ao Senai Nilo Peçanha

Antes de encerrar, Colombo anunciou para Caxias do Sul a implantação de uma Escola de Ensino Médio com capacidade para mais de 1.500 alunos. As obras do complexo, a ser construído no prédio onde hoje está sediada a Escola Profissionalizante Senai Nilo Peçanha, devem se iniciar no segundo semestre deste ano. Parte do prédio será preservada por se tratar de patrimônio histórico, mas boa parte da estrutura será construída ou adaptada. A previsão de conclusão do projeto, que já tramita na Prefeitura Municipal, é 2026, e o início das aulas, em 2027. 

O Senai, de acordo com Juliano Colombo, irá transferir sua operação regular para a Escola de Mecatrônica. “O Sesi passa a assumir a Nilo Peçanha com Ensino Médio em tempo integral e educação de adultos à noite nos dois modelos: o aluno vai aprender as competências do mundo do trabalho, ao mesmo tempo em que sai com uma perspectiva de educação técnica”, explica o superintendente. 

Segundo ele, o empreendimento faz parte do programa que o Sesi do Rio Grande do Sul lançou em maio de 2022 – que prevê investimentos de mais de 300 milhões de reais em complexos educacionais no estado – para dar conta do descolamento entre o trabalho e a educação. 

O presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, enfatiza a relevância do tema da RA desta segunda-feira por entender que, muito além das empresas, aprimorar a conexão entre trabalho e educação, é um desafio de toda a sociedade. 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC – Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

 

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